quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Pesquisa americana mostra que mulheres se envolvem mais em acidentes do que os homens

"ELAS PARAM O TRÂNSITO!"

O que era só uma visão preconceituosa e machista agora foi comprovado: as mulheres dirigem mal. Ao menos essa é a conclusão de um estudo conduzido pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Por meio de uma pesquisa aprofundada, Michael Sivak e Brandon Schoette, autores do levantamento, cruzaram informações de 6,5 milhões de acidentes e chegaram a um resultado inquietante: quando duas mulheres, cada uma em seu carro, cruzam o caminho, as chances de ocorrer um acidente aumentam significativamente.

Os homens estão mais expostos ao trânsito. Segundo a pesquisa, o escore é 60% para eles, 40% para elas. Seria natural esperar, portanto, que os acidentes ocorressem de forma proporcional entre os dois sexos. Nesse caso as mulheres seriam responsáveis por 15,8% dos acidentes.

Mas o estudo mostrou que esse número é muito mais superior. Uma atenuante é que os homens apresentam mais incidência em ocorrências graves, ao passo que as mulheres se envolvem, em geral, em acidentes pequenos.

É o caso da psicóloga Lilian Scharvitz, de 35 anos. Ela dirige há 15 anos e nesse período envolveu-se em "mais de 50 acidentes". "Foram pequenas batidas, que dão prejuízo, mas sem vítima", conta ela, que admite ter enorme dificuldade de fazer balizas e trafegar por ruas estreitas. "No ano passado, o carro ficou na oficina quase o tempo todo. Bati oito vezes", afirma, envergonhada.

Já a analista de TI, Maria Rubens, 28 anos, fica indignada com o estigma de que a mulher não dirige bem. "Sou boa de braço, melhor do que muito homem barbeiro", garante. Desde que tirou carteira de habilitação, há oito anos, ela se envolveu em apenas um acidente, mas assegura que a culpa foi do outro motorista. "Era um homem", conta. "Ele atravessou a preferencial sem frear e me pegou na lateral".

Maria Rubens começou a dirigir aos 13 anos, usando o carro do pai nos fins de semana em que ia para a fazenda da família. O próprio pai incentivava: "Ele me ensinou a dar cavalo-de-pau quando eu mal alcançava os pedais e hoje diz abertamente que dirijo melhor que ele", orgulha-se.

Ela conta que dirige diariamente por períodos acima da média, fazendo longos percursos entre a escola, para pegar a filha, o trabalho e a academia: "Fico ao menos quatro horas dentro do carro e só levo multa, às vezes, por excesso de velocidade. É difícil controlar o pé e não passar de 60 km/h". Sempre que sai com o marido, quem dirige é ela. "Ele nem questiona mais. Na verdade, acha ótimo", salienta.

Não é o caso de Lilian Scharvitz: quando pode, prefere passar a direção para outra pessoa, como o marido, o irmão ou a mãe. Não que ela não goste de dirigir, mas reconhece não ter muita vocação para isso. "Não consigo ficar apenas dirigindo, acho muito aborrecido. Tenho que fazer alguma outra coisa, nem que seja apenas para olhar o estado das minhas unhas ou mandar um torpedo. Se estou acompanhada, pior ainda: presto mais atenção na conversa do que no trânsito", confessa.

A falta de concentração, aliás, é um dos motivos que a pesquisa da Universidade de Michigan atribui ao mau desempenho das mulheres ao volante. Tudo indica que a necessária atenção ao dirigir não é desejada, e em alguns casos, praticada, por elas.

Outro fator importante é o desinteresse por carros e, mais especificamente, pela mecânica. O estudo apurou que no universo feminino o interesse por aspectos técnicos é praticamente nulo, o que inclui rotinas de manutenção, como calibrar pneus, verificar o nível do óleo e checar a água do radiador. "Faço a manutenção, mas não entendo nada de mecânica. Se o carro para, nem penso duas vezes: chamo um guincho e pego um táxi", diz Maria, a boa motorista. Lilian vai mais longe: "Só abasteço quando o ponteirinho do marcador está lá embaixo. E nunca fiz uma troca de óleo. Quem cuida disso é o meu marido".


Por que as mulheres dirigem mal?

A pesquisa apontou alguns fatores como principais causadores de acidentes entre as mulheres.
  1. Falta de noção espacial. A percepção da dimensão dos volumes é essencial em determinadas circunstâncias, como ruas estreitas e manobras.
  2. Falta de interesse. Mulheres, em geral, não usufruem do mesmo prazer que os homens ao dirigir.
  3. A frequência do uso de celular entre as mulheres é mais alta que entre os homens.
  4. Por hábito e impulso, as mulheres utilizam o retrovisor frequentemente para se verem, nem tanto para olhar o movimento do trânsito.
  5. São muito mais comum entre mulheres os enfeites pendurados no retrovisor, o que prejudica a visão.
  6. O homem, quando está acompanhando o motorista, é um verdadeiro co-piloto. Mulheres juntas tendem a conversar sobre outros assuntos, diminuindo a concentração.
  7. Um cachorro dentro do carro — hábito mais frequente entre as mulheres —pode representar maior risco de acidentes.
Fonte: Revista Carro


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